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Estamos iniciando o ano, e com ele chegam os relatórios sobre tendências de alimentos.
Uma empresa que divulga relatórios de tendências globais de alimentos apontou que será necessária uma comunicação clara para ajudar os consumidores a tomarem decisões informadas sobre como os alimentos e bebidas processados e ultraprocessados se enquadram nas suas dietas. E que as empresas que fizerem este movimento sairão à frente de seus concorrentes.
Vivemos em uma era em que a conscientização sobre a qualidade dos alimentos que consumimos está se tornando uma prioridade.
Dados mostram que 79% dos adultos chineses com idades entre 50 e 65 anos dizem que comer menos alimentos processados é uma forma muito/parcialmente eficaz de melhorar a saúde.
34% dos adultos norte-americanos afirmam que produtos altamente processados são uma das principais preocupações – além do preço e do sabor – na compra de alimentos ou bebidas.
E que 47% dos tailandeses, 32% dos consumidores canadenses e 33% dos consumidores irlandeses dizem que os alimentos que contribuem para a ingestão de frutas e vegetais são uma consideração importante ao fazer compras. São dados da Mintel.
Essa mudança provavelmente é impulsionada por diversos fatores, incluindo preocupações com a saúde, bem-estar e sustentabilidade. A abordagem do sistema de classificação NOVA e iniciativas como o Siga, o projeto de lei da merenda da cidade do Rio de Janeiro e o guia de alimentação brasileira destacam a importância de compreender a complexidade do processamento de alimentos.

A polêmica em torno dos alimentos ultraprocessados tem ganhado destaque, mas é evidente que os consumidores estão cada vez mais atentos à transparência das empresas na divulgação dos processos de produção. Aquelas que adotam uma postura transparente têm a oportunidade de se destacar no mercado. Mas, é crucial ressaltar que produtos minimamente processados também devem garantir a segurança de alimentos e enfrentam os desafios da escala de produção.
Outra questão latente é se toda a população terá acesso a essas opções alimentares menos processadas. Caso contrário, medidas precisam ser implementadas para assegurar que a mudança nutricional seja inclusiva. Vale a pena recordar que décadas atrás enfrentamos não apenas desafios relacionados à insegurança alimentar, mas também à segurança dos alimentos em si.
Estamos testemunhando uma transformação significativa no mercado de alimentos, e é crucial educar o consumidor nesse processo. Essa mudança nutricional não apenas redefine os padrões de consumo, mas também destaca a necessidade da educação alimentar para garantir que as escolhas alimentares sejam pautadas não somente em influências, mas também no valor real dos alimentos.
Autora: Lorena Coimbra
Data: 24/01/2024
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